segunda-feira, 28 de abril de 2014

AS MINHAS MÃOS

 

AS MINHAS MÃOS

 
Tenho nas minhas mãos,
Uma enorme dose de carinho.
Tenho no meu olhar, a esperança sempre, de um novo caminho
E transporto nos meus cabelos o doce aroma a rosmaninho
Mas não chega, o meu mel,
O sabor fresco e quente dos meus beijos,
Não chega o abraço cheio de ternura que te dou.
Oh futuro incerto, que raiva, que dor,
Mas não, não queiras que eu seja o que não sou.
Não posso ser feliz noutra pele,
Nem a posso trocar, entre as estações do ano.
Seria um engano.... se um dia alguém,
Pensar que serei outra pessoa que não eu.
Nunca serei cruel, rancorosa ou recalcada,
Porque sou uma rosa em formato humano.
E para adormecer, meu Deus estendo o teu manto.
Deixarei cair as lágrimas, quando tiverem de cair,
Aceitarei, tudo o que me dás e o que está pra vir.
Mas não gosto desta vida injusta,
Que me magoa e cria angustia.
Tenho um coração tão grande, que não me cabe no peito,
Tenho uma alma serena, uma mente tranquila,
E deleito-me, na almofada, à noite satisfeita no amor que distribui.
E na dor que omiti, transbordei os meus sorrisos.
Porque tenho nas minhas mãos o som da paixão,
Tenho todas as pautas compostas,
Para ti meu amor, no meu coração.
E tenho um conjunto de raios de sol,à tua espera.
Uma alma iluminada,
Uma luz sempre fresca, em cada manhã renovada.
E estas mãos que tecem a vida, numa sedosa teia
Onde tenho tudo, onde eu entrego tudo
Recebo as tuas, recebendo um vazio, nada!
 
Celeste Leite